domingo, 24 de outubro de 2010

Tributo à Assimetria


Quero escrever aqui algumas palavras que sintetizam Athos Bulcão, artista especialmente conhecido pelos cidadãos brasilienses. Mas antes, uma pequena bibliografia, retirada da wikipedia:
Athos Bulcão (02/07/191831/07/2008): Nascido no bairro carioca do Catete, Athos Bulcao foi um renomado pintor, escultor, arquiteto, desenhista e mosaicista brasileiro. Sua primeira exposição individual veio em 1944, na inauguração da sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em sua cidade natal. Em 1945 trabalhou como assistente de Cândido Portinari no painel de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Em seguida, mudou-se para Paris, onde viveu até 1949. Na função de escultor e mosaiista, passou a colaborar com Oscar Niemeyer em 1955, integrando o esforço de construção de Brasília a partir de 1957. Em 1958, mudou-se definitivamente para a capital brasileira. Nos anos 1960, estabeleceu parceria com o arquiteto João Filgueiras Lima, cujas obras eventualmente apresentam painéis criados por Athos.


 POPULAR – Você não vai ter que ir até a Europa e ter que visitar famosos e caros museus (onde pegar uma máquina fotográfica do bolso pode levá-lo a ser sumariamente enxotado para fora), para ver de perto a obra Athos Bulcao, pois ela está no cotidiano, nos corredores e muros de locais de amplo acesso, está onde o povo também está.

DIFERENÇA – Por mais que se queira, acho difícil comparar o artista Athos Bulcao com qualquer outro. Tampouco rotulá-lo em qualquer classificação artística. Suas idéias são diferentes de qualquer expressão artística.

OUSADIA – E por ser diferente, ele teve que ser ousado, audacioso. Afinal, tudo que é diferente é mais difícil de ser aprovação. É necessário atrevimento para manter-se diferente. Segurar o leme na direção que a mente propôs seguir ou os próprios ventos o levarão ao ancoradouro do comum.
 
ASSIMÉTRIA – Olhar em detalhes uma peça artística de Athos é sentir que “algo está errado”. Sim, você fica com a sensação de que aquela última peça do quebra-cabeça foi colocada no avesso!
TENSÃO – Se a obra de Athos é de uma natureza assimétrica, então ela se distancia da harmonia que as pessoas esperam dela. Afinal, nossa mente é possui a expectativa da simetria no seu próprio código genético. Podemos dizer até que A BELEZA É SIMÉTRICA. Um rosto simétrico é um rosto belo. E é justamente a assimetria da obra que nossa mente com aquele sentimento incômodo. Parece uma música que termina em quinta, ou seja, é tensa!
 
ALÉM – Ora, se os mosaicos de Athos Bulcão possuem vários desses atributos “negativos”, por que ele se destacou tanto? Acontece que para compreender a obra de Athos, precisamos ir além de nosso senso comum. Enxergar a tão buscada simetria tendo gênese nos contornos irregulares. Buscar a expressão harmoniosa das cores a partir da singular bagunça das formas. Ou seja, como a própria escola psicológica chamada Gestalt preconiza: o todo sendo algo a mais que a soma das partes. Aí então a autêntica arte surge, ao se sobrepor à desordem e ao ordinário!

Argos

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